Sentidos superiores

SENTIDOS SUPERIORES ou FUNÇÕES MENTAIS SUPERIORES – Cognitivos – desenvolvimento e integração neurofuncional até os 21 anos de idade.

Nos sentidos superiores entramos numa área especificamente humana, a construção social. Como seres humanos, é determinante o estado evolutivo em que nos destacamos dos demais reinos da natureza, apesar de pertencermos a todos eles, aos mundos mineral, vegetal e animal. Os sentidos incluídos nesse âmbito são:

• O Sentido da Audição – A audição propicia vivências sonoras e a exploração do espaço anímico interior, levando-nos a perceber que cada elemento da natureza possui seu próprio timbre sonoro, revelando sua íntima natureza. Um metal soa diferente de um pedaço de madeira, assim como a voz humana se diferencia do som emitido por um pássaro. O reconhecimento da própria fala é importante para trazer à consciência a existência de nossa individualidade. Indicamos os benéficos hábitos de: contar e ler histórias, ajustando a velocidade da fala à capacidade de compreensão da narrativa para o ouvinte e também cantar e fazer músicas.

• O Sentido da Palavra – Qualquer palavra é constituída de vogais e consoantes. As consoantes são análogas a instrumentos que dão o tom, dão estrutura à fala e propiciam adequação ou adaptação ao nos comunicarmos; as vogais expressam, por meio de nossa voz, gestos anímicos, manifestam dinâmicas emocionais e sentimentais. No entanto, cada fonema pode ser emitido em qualquer altura e tom, levando a diferentes interlocuções. Através da palavra, percebemos a concreta essência conceitual do pensamento humano.

• O Sentido do Pensar – Permite-nos sentir o ser humano como dotado da qualidade de formular conceitos a respeito do que vivencia externamente e experimentar os conceitos da sua existência intima. Percebemos o pensamento de outra pessoa quando o reestruturamos interiormente, pelo nosso próprio pensar. Porém, logo temos que refrear esse processo, pois quando começamos a pensar ativamente, isto é, a elaborar nosso próprio pensamento, já não conseguimos mais perceber os pensamentos dos outros. Segundo Rudolf Steiner, a percepção do pensamento, instância da autoconsciência e instrumento do autoconhecimento, é um processo de intuição.

• O Sentido do Eu – Não ouvimos apenas o que o outro fala e percebemos o que ele quer dizer, mas também percebemos que é ele quem está falando, expressando-se. Existe uma grande diferença quando duas pessoas dizem a mesma coisa, ou duas cozinheiras preparam um prato seguindo a mesma receita. O importante é perceber quem diz ou faz algo. Este sentido possibilita sentir-nos unos com outro ser, passando a senti-lo como a nós mesmos. Assim desvenda-se a possibilidade de nos percebermos mutuamente como seres humanos verdadeiros, reais e espirituais, capazes de criar e de cocriar sem perder de vista que somos únicos.


Fontes:

• BALDISSIN, Maurício, Percepções Humanas – antroposofia e neurociências. Editora Antroposófica. https://neurodiagnose.com.br/blog/percepcoes-humanas-sob-a-otica-da-antroposofia-e-das-neurociencias/ acesso em 20/2/2019.

• BALDISSIN, Maurício, Aprendizaje y percepciones humanas según la Antroposofía y las Neurociencias. Revista Numinous. Argentina, p.39 – 44, 2015

• BALDISSIN, Maurício, Percepciones Humanas: antroposofía y neurociencias. Madrid: IAO Arte Editorial, 2014, v.1. p.118. https://neurodiagnose.com.br/blog/percepcoes-humanas-sob-a-otica-da-antroposofia-e-das-neurociencias/ acesso em 20/2/2019.